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MEMÓRIA

Legado de reitor do Ifam foi além das fronteiras do Amazonas

publicado: 13/01/2021 16h29, última modificação: 13/01/2021 16h31
Um exemplo de dedicação: filho do Rio Purus e nascido em uma barranca de rio, professor Antonio Venâncio promoveu Educação no Amazonas, no Acre e em Rondônia
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"Foi uma perda muito grande para a Rede Federal". Com estas palavras, a reitora do Instituto Federal do Acre (Ifac) e ex-vice-presidente de Relações Parlamentares do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Rosana Cavalcante dos Santos, se referiu à morte prematura do professor Antonio Venâncio Castelo Branco, reitor do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), na noite da segunda-feira (11), vítima de complicações da Covid-19.

Com mais de 20 anos de atuação no serviço público o reitor do Ifam contribuiu para levar o ensino a diferentes e distantes municípios do Amazonas, além de ter contribuído para a implantação e ampliação dos Institutos Federais nos Estados do Acre e Rondônia.

No Acre, por exemplo, quando da implantação do Ifac, o professor Antonio Venâncio acompanhou a construção dos campi Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, como Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, cargo que exerceu no período de 2007 a 2013, no Ifam.

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O campus Sena Madureira, único que que teve suas obras paralisadas, foram retomadas após atuação da reitora Rosana Cavalcante, que assumiu como Reitora Pro Tempore em 2014, quando do início do primeiro mandato do reitor Antonio Venâncio no Ifam. "Como a obra era de responsabilidade do Ifam, o professor Venâncio assumiu a conclusão da obra, em uma ação conjunta entre os dois institutos, que resultou na inauguração do campus no dia 10 de maio de 2018”, lembra Rosana Cavalcante.

A inauguração da unidade contou com as presenças do ministro da Educação, Rossieli Soares, da secretária da Setec, Eline Nascimento, dos reitores da Rede Federal, representantes do Conif e autoridades locais, e do reitor Antonio Venânio.

Durante a cerimônia de inauguração, Rosana Cavalcante fez uma referência especial ao então reitor do Ifam. “Após eu ter assumido a Reitoria do Ifac, o Venâncio contribuiu imensamente para que a obra em Sena Madureira fosse concluída. Se ele não tivesse o espírito de Rede Federal e também não entendesse que sem o campus do Ifac as vidas em Sena Madureira não seriam transformadas, ele não teria assumido esse compromisso tão sério. Agradeço muito ao Venâncio por ele ter partilhado conosco essa caminhada e hoje essa vitória”, afirmou a reitora na ocasião.

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A participação e o envolvimento do professor Antonio Venâncio com o Ifac, não se resumiu apenas às obras físicas. A reitora Rosana Cavalcante lembra que o professor Antônio Venâncio participou de sua posse em 2016, quando foi eleita pela primeira vez, através do voto direto de servidores e alunos.

O pró-reitor de Extensão, Fábio Storch, também destaca a participação efetiva do reitor do Ifam nas ações esportivas. “O professor Venâncio sempre esteve ao lado da nossa instituição e de nossa Reitora nos momentos mais difíceis. Um grande apoiador do esporte educacional. Somos eternamente gratos por tudo que ele fez pelo Acre, pelo Ifac e por nós, servidores. Sua partida precoce será sempre sentida".

A pró-reitora de Ensino, Lucilene Acácio, também faz referência à proximidade do reitor do Ifam com o Ifac. "Estou sem palavras e muito triste. Venâncio era muito próximo de todos nós. Foi um grande parceiro da Rosana desde o princípio. E neste momento, não consigo imaginar a tristeza da nossa reitora com a perda de um amigo e gestor tão próximo. É uma perda irreparável para o Ifam e para a Rede Federal".

A trajetória no Ifam

Desde 2014 à frente da gestão do Ifam, Antonio Venâncio Castelo Branco estava em seu segundo mandato e era responsável pela administração de 25,5 mil alunos matriculados nos cursos ofertados pelo Instituto e de 2,3 mil servidores técnicos e docentes, nas 16 unidades de ensino da capital e do interior do Amazonas, um Estado com dimensões continentais, como ele se referia ao tamanho do Estado e às dificuldades de logística para expandir a educação na região Amazônica.

Mesmo com as dificuldades logísticas de um Estado com uma cultura tão diversa e grandiosa, Antonio Venâncio encarou os desafios por céu, terra e rio para seguir em frente com o projeto de interiorização do ensino. Como o mesmo costumava mencionar, ele era "filho do Rio Purus, nascido em uma barranca de rio". O reitor do Ifam tinha orgulho de suas origens, um autêntico caboclo amazonense que tinha um especial apreço pela cultura indígena. Destemido e aventureiro, cruzou o Amazonas de ponta a ponta com a missão de promover a educação para a sustentabilidade na Amazônia.

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Uma de suas últimas missões desafiadoras em prol da educação sustentável na Amazônia foi a ida a Boca do Acre para dar início à implantação de uma unidade de ensino no município, distante aproximadamente 1.565 quilômetros da capital amazonense. Castelo Branco junto com a comitiva enfrentaram mais de 15 horas de viagem entre travessias de balsas e dificuldades ao longo trecho da BR-319.

Ainda como parte de seu compromisso no serviço público, Antonio Venâncio não mediu esforços para contribuir no combate ao novo coronavírus, principalmente durante o primeiro pico da pandemia no Amazonas em 2020, quando os campi do Instituto produziram equipamentos de proteção individual e higiene, em especial álcool em gel e máscaras de proteção facial. Todos os itens produzidos foram doados à comunidade acadêmica do Instituto e a unidades de saúde do Amazonas.

Na época, o reitor afirmou que a ação era uma oportunidade para o Instituto devolver à sociedade o investimento que é feito na produção do conhecimento, por meio de servidores e alunos. “Aplicar o conhecimento acadêmico em favor do bem-estar da população, só corrobora com a valorização do conhecimento científico que, por sua vez, é validado quando aliado ao conhecimento tradicional. Isso é ciência, é educação para a sustentabilidade” destacou o gestor.

(Com informações da Coordenação Geral de Comunicação Social e Eventos (CGCSE) do Instituto Federal do Amazonas)