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Ifac encerra atividades do programa Famílias Fortes em Rio Branco

publicado: 05/01/2022 14h04, última modificação: 05/01/2022 14h04
Em 2022, projeto será desenvolvido em Xapuri, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Tarauacá
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O Instituto Federal do Acre (Ifac) encerrou, no último mês, as atividades do programa nacional Famílias Fortes. Institucionalizado junto à Diretoria Sistêmica de Assistência Estudantil (Dsaes), o projeto é uma proposta de intervenção junto a famílias que tem como enfoque na construção e fortalecimento dos vínculos familiares, entendidos como fatores de proteção.

As atividades, que durante o ano de 2021 foram desenvolvidas no Ifac de forma remota, são realizadas com famílias que possuem filhos adolescentes, em idade de 10 a 14 anos.

Junto ao Instituto, os trabalhos envolvendo o programa nacional tiveram início em 2019, época em que foi realizada a formação de facilitadores da rede socioassistencial. Em 2020, foi firmado parceria entre o Ifac e o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH).

De acordo com os coordenadores do programa Família Fortes no Ifac, Edu Gomes da Silva e Sandra Maria Amorim Rocha, a implementação do projeto passou por ajustes devido ao período pandêmico da Covid-19.

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“O programa ofereceu ferramentas que contribuíram para o fortalecimento dos vínculos familiares e o desenvolvimento de habilidades sociais. Além disso, foi realizado como pré-piloto numa versão virtual. Outros estados também desenvolveram o programa nesse formato online, sendo o Acre protagonista na Região Norte”, destacou Sandra Amorim.

Ao todo, 25 famílias de bairros que apresentam vulnerabilidade social das regionais do Tancredo Neves, Baixada do Sol e 2º Distrito participaram das atividades desenvolvidas.

O Programa contou com 7 encontros de 2 horas, conduzidos por profissionais e facilitadores, das áreas de Serviço Social, Psicologia, Pedagogia e licenciaturas diversas. Em cada encontro, os participantes buscaram refletir sobre os valores das famílias, dinâmicas e metas. Também foi desenvolvido o fortalecimento de vínculos, habilidade de expressar amor e apoio, como também o estabelecimento de regras.

As atividades, de acordo com Edu Gomes, que também é diretor sistêmico da Dsaes, contaram com a participação de pesquisadoras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que realizam pesquisa sobre o Programa na versão remota.

A expectativa é de que em 2022, o programa também seja desenvolvido nos municípios de Xapuri, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira. 

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Veja abaixo alguns depoimentos de participantes do Famílias Fortes:

Sebastiana (familiar): “Foi um estimulo, como se fosse um choque de realidade para abordar assuntos sobre álcool e outras drogas com o filho, pois não sentia segurança e tampouco tinha habilidade de conversar sobre isso. Após o programa consegui abordar, como também organizar/dividir tarefas para meu filho, pois não conseguia visualizar que ele havia crescido. O programa possibilitou reconhecer que meu filho pode ter autonomia e independência”.

Margarida (familiar): “Concluiu o ensino médio há dois anos e participar do programa me despertou a segurança para retomar os estudos e iniciar faculdade, pois me senti capaz”.

Michele (familiar): “Hoje consigo sentar, conversar e ouvir minhas filhas, como também entrar em um acordo. Também consigo aplicar consequências no momento certo”.

Marileuda Vale (facilitadora): “Participar do programa Famílias Fortes nos proporcionou uma rica experiência de  testemunhar  mudanças nas famílias, tanto no campo do fortalecimento dos vínculos, quanto no desenvolvimento das habilidades de dar amor e limites, bem como impor regras para seus filhos. Para além da potência da metodologia, os pais  deram depoimentos de suas novas  conquistas, passaram a fazer elogios para os filhos e também  comunicar de forma amorosa uns com os outros”.

Alessandra Neumann (facilitadora): O Programa é um tesouro que precisa atingir um número cada vez maior de famílias, pois através dele a família reflete sobre valores, sonhos, metas, prevenção ao uso de álcool e outras drogas, tudo através do diálogo. Palavra chave nas relações sociais e familiares: diálogo. O Famílias Fortes possibilita que as famílias se encontrem novamente, pois muitas vezes apesar, de residir na mesma casa, não se percebem, não conversam, e isto acarreta na fragilização  dos vínculos familiares”.

Andrea Costa (facilitadora): “Muitas sementes foram plantadas e objetivos alcançados. Os responsáveis verbalizaram que aprenderam a utilizar as ferramentas como: regras, elogios, divisão de tarefas no cotidiano familiar”.

Graziele Morais (facilitadora): “Encerramos mais um ciclo e o sentimento é de dever cumprido e felicidade por ter recebido a incumbência de facilitar conteúdos de extrema importância para os grupos de jovens e perceber que já estão fazendo diferença em suas relações familiares.  Destaco minha gratidão por participar do Programa Famílias Fortes e em especial a equipe do Ifac por ter abraçado um programa muito relevante para toda sociedade. Estamos plantando sementes e com certeza colheremos bons frutos. Aguardo ansiosa pelo próximo ciclo”.

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Maria Vanderleia Marruch (facilitadora): “Finalizamos mais um ciclo do Programa. Espero que a pesquisa aponte positivamente para este formato, haja vista toda a correria dessas mulheres ( maioria absoluta nas participações como responsáveis). Se fosse presencial, possivelmente não conseguiriam participar. Independente do resultado da pesquisa, enquanto profissional me sinto realizada por levar para dentro das casas destas pessoas esta preciosidade que é o Famílias Fortes. Trabalhoso, exigente, delicado, minucioso, desafiador. Tudo isso e mais definem este programa. Tudo que é bom tem seus desafios. Obrigada ao Ifac por acreditar no projeto”.

Mariete Buriti (facilitadora): “Feliz com os resultados do Programa Famílias Fortes, com as transformações, mudanças de atitudes em todas as famílias acompanhadas. É perceptível a aproximação e fortalecimento de vínculos entre responsáveis e filhos”.

Sandra Amorim (articuladora): “O Programa Famílias Fortes é uma ferramenta de trabalho que somada às ações dos Núcleos de Assistências aos Estudantes (Naes) permite um melhor acompanhamento de discentes e familiares. Os impactos do programa: fortalecimento de vínculos, a melhoria nas relações intrafamiliares e a prevenção de álcool e outras drogas refletem diretamente no processo de ensino e êxito dos discentes do Ifac”.