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Campus Rio Branco

Projeto entrega material inclusivo de biologia ao Campus Rio Branco

publicado: 24/03/2022 20h50, última modificação: 24/03/2022 21h09
Livros didáticos impressos em tinta e em Braille junto de peças obtidas a partir da impressora 3D foram elaborados por alunos de Licenciatura em Biologia do Ifac
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A equipe de acadêmicos e docentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Ifac Campus Rio Branco entregou, nesta semana, materiais didáticos acessíveis para o ensino de biologia para a Biblioteca da unidade. Trata-se de livros impressos em tinta e em Braille que acompanham peças em 3D e modelos didáticos com relevo tátil, elaborados com foco nas pessoas com deficiência visual e baixa visão. O material para ensino de biologia e genética poderá ser usado por professores em sala de aula com alunos do Ifac no ensino médio e superior.

livros_biologia_inclusivo (8).jpegOs livros e as peças em 3D foram produzidos pela equipe do projeto “Tecnologia Assistiva e Metodologias Ativas como Perspectiva Inclusiva para Ensino de Genética, Biologia Celular e Molecular”, coordenado pelo professor Diego Viana e institucionalizado pela Pró-Reitoria de Extensão no edital n° 02/2020. A iniciativa contou com apoio de professores como Ricardo Pereira e Graciele Hoffman e dos técnicos do Núcleo de Assistência as Pessoas com Necessidades Específicas (Napne), Nelson Batista e Thiago Carvalho nos serviços de transcrição e revisão braille.

Como explicou a aluna voluntária Elivânia Costa, o primeiro livro é de biologia celular e molecular e acompanha modelos didáticos confeccionados em 2D, com relevo tátil, feitos com materiais de baixo custo como EVA e areia colorida. O segundo aborda a tecnologia assistiva na perspectiva do ensino de citogenética e acompanha os modelos produzidos na impressora 3D. Os livros em tinta, em braille e as imagens adaptadas em relevo tátil estão registrados no acervo da biblioteca para consulta local. Já os modelos didáticos em 3D ficaram sob os cuidados do Napne e também estão disponíveis para uso pelos docentes da instituição.

Os livros são o resultado do olhar humanizado, dedicação, amor e apreço de cinco acadêmicos do curso de Ciências Biológicas por uma área educacional de crescente relevância social, conforme explicou a estudante. “Queremos incentivar com este projeto um olhar humanizado sobre os estudantes com especificidades educacionais, visto que a inclusão educacional ainda não é realidade nas maioria das escolas.”

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Equipe do projeto entregou materiais didáticos ao Napne e à biblioteca

Um novo olhar sobre docência e inclusão

As estudantes que participaram do projeto falaram sobre o que as motivou e como passaram a ter um novo olhar sobre a inclusão de pessoas com deficiência no processo educacional. Como futuras professoras, essas reflexões proporcionadas por meio das leituras no curso, foram importantes para iniciar o projeto.

A minha experiência acadêmica me proporcionou uma visão humanizada da situação de exclusão que as pessoas com deficiência passam, o que despertou interesse em mim e meus colegas de curso na criação e implementação desta ação de extensão. Essa experiência foi importante em termos de oportunidades, possibilidades tecnológicas e aprendizado. Com entusiasmo, gratidão a Deus, generosidade e responsabilidade social, entregamos dois exemplares dos livros para uso de todos aqueles e aquelas que carecem de recursos acessíveis às suas especificidades”, comentou a acadêmica Elivânia Costa.

livros_biologia_inclusivo (6).jpegA estudante Sandia de Souza lamenta a falta de materiais didáticos adaptados além da dificuldade em encontrar produções científicas acessíveis para pessoas com deficiência.

Durante o período da faculdade me deparei com inúmeras situações que me fizeram refletir sobre o real significado de inclusão e percebi que ainda há uma grande escassez de produção e adaptação de recursos educacionais para o ensino inclusivo, bem como, a carência de pesquisas, informações e publicações disponíveis e de fácil acesso a todas as pessoas, dentre elas aquelas com deficiência visual e baixa visão que necessitam de um ambiente educacional inclusivo para realizar todo o seu potencial. Com base nessa realidade, colocamos nas mãos dos docentes e leitores que se interessem pelo assunto um ótimo material de estudo, a fim de abranger cada vez mais toda a comunidade acadêmica, levando em consideração que é direito de todos educação de qualidade.”

Também integrante do projeto, a aluna Daniela Cristina Aguiar espera que a iniciativa inspire outros estudantes e professores.Acredito que através desta pequena semente que foi lançada serão abertas muitas portas para futuros alunos e acadêmicos que almejam desenvolver projetos nesta área, que é muito carente de recursos, que possam confeccionar materiais acessíveis garantindo a todos, em especial aos alunos cegos e de baixa visão, o acesso a aprendizagem.”

Além das alunas mencionadas, o projeto contou com a participação dos discentes Maria Alves de Souza Castro (bolsista) e Jardeson Kennedy de Souza (voluntário).

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