Notícias
Campus Tarauacá
Aula prática de Economia Cultural reúne acadêmicos no Teatro Potyguara em Tarauacá
Os acadêmicos do 6º período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio do Instituto Federal do Acre (Ifac), campus Tarauacá participaram, no último dia 8 de agosto, de uma aula prática de Economia Cultural no Teatro Municipal José Potyguara. O espaço, um dos mais antigos do Acre, completou 93 anos em janeiro de 2025.
A atividade foi conduzida pelo professor Tayson Ribeiro Teles, docente de Economia e Gestão de Finanças e Comércio. Neste semestre, ele ministra a disciplina de Macroeconomia, em que os alunos estudam, entre outros temas, a intervenção do estado na economia.

Segundo o professor, a Economia Cultural é um campo que analisa a produção e o consumo de bens e serviços artísticos, como espetáculos, peças teatrais, musicais, festivais e exposições. “Estudamos desde os aspectos práticos de produção, como logística e custos, até o papel do financiamento público e privado, a geração de empregos e os impactos sociais”, explicou. Ele destacou ainda a importância das leis de incentivo, como a Lei Rouanet, Lei Aldir Blanc e Lei Paulo Gustavo, na promoção da cultura.
Experiência prática - No Teatro José Potyguara, os estudantes assistiram ao show de MPB do cantor tarauacaense Enderson Galdino, realizado com financiamento da Lei Aldir Blanc, em parceria com a Fundação Elias Mansour (FEM) e a Secretaria Municipal de Cultura. A atividade teve caráter interdisciplinar, aproximando teoria e prática.

Durante a atividade, os 19 acadêmicos foram divididos em sete grupos, cada um responsável por analisar um aspecto do evento. O primeiro entrevistou o cantor Enderson Galdino, buscando compreender desde a elaboração e aprovação do projeto cultural até os custos do show e a relevância do incentivo público. O segundo grupo conversou com a secretária municipal de Cultura, Maria Ionara Gomes Machado, sobre o papel da prefeitura nos editais, critérios de seleção, prestação de contas e a visão da gestão sobre políticas culturais.

Já o terceiro investigou os bastidores da produção, levantando informações sobre logística, estrutura, contratação de serviços, pagamentos e ornamentação. O quarto grupo entrevistou o diretor de Cultura da Prefeitura, Fran Amauacas, para entender como foi feita a divulgação, os canais utilizados, possíveis custos e o uso das redes sociais. O quinto ficou responsável por registrar detalhes do Teatro José Potyguara, como capacidade, acessibilidade, segurança, sinalização, banheiros, sonorização, iluminação e fluxo do público.
O sexto conversou com comerciantes e ambulantes próximos ao teatro para avaliar o impacto dos shows nas vendas e possíveis estratégias para ampliar o consumo. Por fim, o sétimo grupo entrevistou expectadores, investigando suas motivações para comparecer, os gastos envolvidos, a percepção sobre o financiamento público da cultura, a disposição a pagar ingressos e a visão sobre os impactos econômicos do evento em Tarauacá.
Além disso, cada aluno elaborou um texto sobre o conceito e a importância da Economia Cultural, bem como uma análise das principais leis de incentivo à cultura.

Reflexões e impactos - Para o professor Tayson, a experiência foi enriquecedora. “Alguns alunos nunca tinham entrado no Teatro José Potyguara. Foi uma oportunidade de vivenciar a cultura sob a ótica econômica e compreender como o estado intervém no setor por meio de incentivos”, ressaltou.
A estudante Vera Saraiva avaliou o show como um momento de valorização da arte local. “É através de projetos financiados pelo governo que artistas da terra compartilham suas histórias e a comunidade se reúne para celebrar a cultura”, destacou.
O acadêmico Luiz Lacerda, por sua vez, observou os impactos econômicos além do espetáculo. “Eventos como esse movimentam diferentes setores do comércio e reforçam a importância de alinhar as necessidades do público às oportunidades locais”, afirmou.
A atividade prática reforçou a visão interdisciplinar da formação em Gestão do Agronegócio, mostrando que a gestão também se aplica à organização de eventos culturais e ao fortalecimento da economia criativa em municípios como Tarauacá.
(Com informações e fotos do docente Tayson Ribeiro Teles)