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CAMPUS RIO BRANCO
Vivência em Ecologia de Campo marca formação de estudantes de Ciências Biológicas do Ifac
Uma aula de campo diferente: nos dias 4, 5 e 6 de julho de 2025, estudantes do 5º período, turno vespertino, e do 8º período, turno noturno, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal do Acre (Ifac) participaram de uma atividade de Ecologia de Campo na Reserva Florestal Humaitá, área de mais de 2.000 hectares de floresta, localizada no município de Porto Acre e administrada pela Universidade Federal do Acre (Ufac).
A atividade integrou os componentes curriculares Ecologia I e Ecologia de Campo, sob a coordenação dos professores responsáveis pelas disciplinas André Botelho, Maralina Torres e Richarlly da Costa. O principal objetivo foi articular teoria e prática, aprofundando a compreensão dos processos ecológicos e o domínio de métodos de coleta e análise de dados capazes de responder a perguntas científicas em ecologia.
Durante a vivência, os estudantes realizaram coletas e inventários de diferentes grupos taxonômicos, utilizando técnicas específicas para cada tipo de organismo. "As práticas incluíram a delimitação de parcelas e análise da vegetação; coleta e identificação de morcegos e insetos; estudo de frugivoria, com uso de redes de neblina, armadilhas de queda, iscas artificiais e redes entomológicas; além de monitoramentos diurnos e noturnos em áreas com diferentes fisionomias florestais, como trechos de floresta densa e áreas sob influência de efeito de borda, permitindo comparações entre ambientes com distintos níveis de conservação", disse a docente Maralina Torres.

A experiência de campo possibilitou aos alunos comparar a diversidade e a composição de espécies nos diferentes ambientes estudados, promovendo uma compreensão crítica sobre as interações ecológicas, a biodiversidade local e os impactos ambientais nos ecossistemas. "Além das coletas, os discentes também participaram da sistematização e tabulação dos dados, da discussão metodológica e ética, e da preparação de relatórios científicos e apresentações em seminário", completa a docente.
Maralina Torres destacou que a realização da atividade contou com o apoio da Diretoria Sistêmica de Assistência Estudantil (DSAES) para o custeio da estadia dos discentes, bem como com o apoio institucional dos campi Rio Branco e Baixada do Sol (Transacreana), por meio do Laboratório de Biodiversidade (LABIO) e do Centro de Estudos Avançados em Biodiversidade e Clima (CEPAB). A organização da atividade foi conduzida pelos docentes André Luís Botelho de Moura, Maralina Torres da Silva e Richarlly da Costa Silva, em parceria com a Universidade Federal do Acre.
Depoimentos - A professora Maralina Torres destacou a relevância da aula de campo para a formação acadêmica e científica dos estudantes, ressaltando que a atividade proporcionou uma verdadeira imersão em práticas de pesquisa ecológica. “Os discentes tiveram a oportunidade de vivenciar o processo completo de um projeto científico, desde a coleta de dados até a análise e interpretação dos resultados. Foi uma experiência única, que certamente marcará suas trajetórias profissionais e pessoais”.
O professor André Botelho enfatizou que a disciplina de Ecologia de Campo vai além da teoria e representa uma vivência transformadora. “Essa experiência fortalece competências técnicas e humanas fundamentais para o futuro profissional dos alunos. O contato direto com a floresta, a dinâmica do trabalho em equipe e a imersão no ambiente natural proporcionam uma formação integral. Após essa disciplina, os estudantes não apenas ampliam seus conhecimentos científicos, mas também se transformam em pessoas e profissionais mais conscientes e preparados para os desafios da área ambiental”.
A estudante Tatiane Magalhães relatou que a Ecologia de Campo foi um dos momentos mais gratificantes de sua trajetória acadêmica. "Estar em contato direto com a natureza reforça o quanto tudo está interligado e o quanto cada ser vivo merece respeito. A natureza vive em equilíbrio, e essa vivência nos ensinou a valorizar essa harmonia" .

Já o estudante Rodrigo de Sousa ressaltou a intensidade da experiência prática. "Aprendemos técnicas de coleta de morcegos, instalação de redes de neblina, identificação de espécies e percebemos o quanto a pesquisa de campo exige preparo e resistência. Também realizamos coletas para nossos projetos individuais, o que nos mostrou que pesquisar não é fácil, muitas vezes é cansativo e desafiador. Mais do que coletar, entendemos que é fundamental saber o que fazer com os dados obtidos. Para nossa formação como professores e pesquisadores, essa experiência foi essencial".
A estudante Vênus de Mel também destacou os aprendizados proporcionados pela disciplina. "Aprendemos na prática como capturar morcegos, montar armadilhas para coleópteros e separar os indivíduos por morfotipos, o que ampliou nossa compreensão da diversidade biológica. Foram momentos de muito aprendizado, em que conhecemos aspectos da biologia fora da sala de aula. Vivenciar isso diretamente no campo tornou o processo muito mais prazeroso".
(Com informações e fotos da docente Maralina Torres da Silva)