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Campus Cruzeiro do Sul

Neabi realiza evento com povos indígenas no Campus Cruzeiro do Sul

publicado: 30/06/2016 13h30, última modificação: 09/10/2025 16h49
Evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas e contou com o apoio da Coordenação Regional Juruá da FUNAI
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No intuito de refletir sobre as múltiplas realidades culturais presentes no Acre, que contam com visões de mundo distintamente construídas, o IFAC Campus Cruzeiro do Sul recebeu cerca de 90 indígenas do povos Noke Koĩ (Katukina) e Marubo, no dia 2 de junho. Os indígenas conversaram com professores e alunos sobre aspectos de sua cultura, a partir da arte dos kenês – traços que representam trajetórias cosmológicas próprias.

O evento foi elaborado e organizado pelas professoras Blenda Cunha Moura e Rainise Lima, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) e contou com o apoio da Coordenação Regional Juruá, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Para os representantes dos povos convidados, o evento significou uma verdadeira festa de integração e trocas culturais. Antes mesmo de partirem da terra indígena para o Campus, receberam a professora Blenda Cunha Moura com uma dança de saudação. Segundo Levino Katukina, líder da Associação Katukina do Campinas (Akac), “é uma honra conhecer o IFAC e uma grande satisfação poder contribuir para minimizar o preconceito contra os povos indígenas”.

No auditório do Campus, os indígenas conversaram com docentes da instituição e com discentes do curso de Agroecologia e dos cursos técnicos em Meio Ambiente e Agropecuária sobre os kenês e sua simbologia. Ainda, outros aspectos culturais foram debatidos, como o trato com a terra e sua medicina tradicional.

Durante a conversa também foram abordados temas como os impactos causados pela BR-364, mencionados pelos Noke Koĩ. Os Marubo destacaram a distância da sua terra em relação à Cruzeiro do Sul, explicaram sobre o uso de algumas plantas e sobre a divisão de papéis entre homens e mulheres, que se expressa também nos kenês.

Ao final, um canto foi apresentado enquanto indígenas realizavam pintura corporal em discentes e professores, que já estavam ansiosos por esta atividade, previamente anunciada. “O impacto para os estudantes foi marcante”, afirmou a coordenadora do NEABI, professora Blenda. “Os alunos interagiram de forma a demonstrar compreensão da importância deste dia e puderam repensar, assim, seus próprios hábitos culturais”, compartilhou.

“Foi uma verdadeira festa, uma interação única e histórica para o campus. Certamente marca apenas o início de uma efetiva conversa com esses povos, com os quais temos muito mais a aprender do que a ensinar”, concluiu a professora.

(Com informações do Campus Cruzeiro do Sul)