Notícias
Campus Cruzeiro do Sul
Neabi realiza evento com povos indígenas no Campus Cruzeiro do Sul
No intuito de refletir sobre as múltiplas realidades culturais presentes no Acre, que contam com visões de mundo distintamente construídas, o IFAC Campus Cruzeiro do Sul recebeu cerca de 90 indígenas do povos Noke Koĩ (Katukina) e Marubo, no dia 2 de junho. Os indígenas conversaram com professores e alunos sobre aspectos de sua cultura, a partir da arte dos kenês – traços que representam trajetórias cosmológicas próprias.
O evento foi elaborado e organizado pelas professoras Blenda Cunha Moura e Rainise Lima, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) e contou com o apoio da Coordenação Regional Juruá, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).


Para os representantes dos povos convidados, o evento significou uma verdadeira festa de integração e trocas culturais. Antes mesmo de partirem da terra indígena para o Campus, receberam a professora Blenda Cunha Moura com uma dança de saudação. Segundo Levino Katukina, líder da Associação Katukina do Campinas (Akac), “é uma honra conhecer o IFAC e uma grande satisfação poder contribuir para minimizar o preconceito contra os povos indígenas”.
No auditório do Campus, os indígenas conversaram com docentes da instituição e com discentes do curso de Agroecologia e dos cursos técnicos em Meio Ambiente e Agropecuária sobre os kenês e sua simbologia. Ainda, outros aspectos culturais foram debatidos, como o trato com a terra e sua medicina tradicional.
Durante a conversa também foram abordados temas como os impactos causados pela BR-364, mencionados pelos Noke Koĩ. Os Marubo destacaram a distância da sua terra em relação à Cruzeiro do Sul, explicaram sobre o uso de algumas plantas e sobre a divisão de papéis entre homens e mulheres, que se expressa também nos kenês.
Ao final, um canto foi apresentado enquanto indígenas realizavam pintura corporal em discentes e professores, que já estavam ansiosos por esta atividade, previamente anunciada. “O impacto para os estudantes foi marcante”, afirmou a coordenadora do NEABI, professora Blenda. “Os alunos interagiram de forma a demonstrar compreensão da importância deste dia e puderam repensar, assim, seus próprios hábitos culturais”, compartilhou.
“Foi uma verdadeira festa, uma interação única e histórica para o campus. Certamente marca apenas o início de uma efetiva conversa com esses povos, com os quais temos muito mais a aprender do que a ensinar”, concluiu a professora.
(Com informações do Campus Cruzeiro do Sul)
